Faleceu Fernando Relvas (1954-2017)

Fernando Relvas, um dos autores que marcou a BD portuguesa, faleceu com 63 anos no Hospital Amadora-Sintra, até ao início da tarde de hoje ainda não tinham sido marcadas as cerimónias fúnebres.

Relvas iniciou-se na BD em 1975, colaborando nos fanzines O Estripador e O Gorgulho. Estreou-se em 1976 a colaborar num jornal, o Gazeta da Semana, com a personagem ‘Chico’. Voltaria mais tarde aos jornais, designadamente a: Pau de Canela, O Fiel Inimigo (depois apenas Inimigo), Sete, GrandAmadora, Diário de Notícias, Mundo Universitário. Entre todos destaca-se o semanário Sete, onde teve extensa produção, de 1982 a 1987, onde se inclui Concerto Para Oito Infantes e Um Bastardo, Sangue Violeta, Karlos Starkiller Jornalista de Ponta.

Há bandas desenhadas suas em várias revistas de BD: Mundo de Aventuras, Fungagá da Bicharada, Mosquito (5ª série), no respectivo suplemento “O Insecticida”, Lx Comics e especialmente na Tintin, onde teve considerável produção com histórias como Espião Acácio, L123 e Cevadilha Speed. Fez também BD em revistas de temas diferentes, nomeadamente Pão Comanteiga e Sábado (“O Rei dos Búzios”).

Em 1990 obteve o 1º prémio do concurso “Navegadores Portugueses”, organizado pelo CNC-Centro Nacional de Cultura, com a obra “Em Desgraça – As Aventuras de Vaz Taborda”.

Tem obras editadas em álbuns: colaboração no colectivo “Noites de Vidro”, aavv (1991) e a solo com “Em Desgraça – As Aventuras de Vaz Taborda” (1993), “As Aventuras de Piri-Lau O Nosso Primo em Bruxelas” (1995), “Karlos Starkiller Jornalista de Ponta” (1997).

Enquanto profissional da BD e Ilustração, editou ele próprio os seus fanzines (Ananaz Q Ri e Ménage à Trois), mas colaborou também nos fanzines Édito e Quadrado (2ª série).

Em Setembro de 1989, no V Salão Internacional de Banda Desenhada do Porto participou numa exposição colectiva; em Março de 1997 foi-lhe dedicada uma exposição, pela Bedeteca de Lisboa, intitulada “Relvas à Queima-Roupa”, com edição de catálogo; em 1998 foi um dos vários autores portugueses incluídos na exposição “Perdidos no Oceano”, organizada em França pelo Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême, na edição desse ano.

Publicadas em língua inglesa tem as seguintes obras: Palmyra (2007), The Chinese Master Spy (2008), Li Moonface (2011), Ask a Palmyra: How Can Transgenic Fish Make You Sex Crazy? (2013).

Em 2012 realizou o seu primeiro filme de animação, “Fado na Noite”, ambientado em Lisboa, nos meados do século XIX. O filme foi financiado pela RTP e Ministério da Cultura.

Em 2013 foi-lhe atribuído o Prémio Nacional de BD/2012 pelo Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, onde esteve representado na exposição “Relvas a Três Tempos” e em 2015 publicou o álbum The Black Ship pela El Pep.

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