A partir das possibilidades desse novo espaço, o renovado CPBD começa a preparar um novo fôlego. Já em Beja, recebi de Luiz Beira a notícia de que a exposição dedicada a Jijé já estava (e podia ser vista) na Amadora, o que se confirmou num discreto apontamento noticioso no sítio da Câmara Municipal da Amadora na internet (publicado em 28 de Maio), com a informação de que a exposição está patente na Bedeteca da Amadora (entrada livre) até 11 de Julho, que agora começa a ser objeto de divulgação, como se verifica em Divulgando Banda Desenhada, blogue de Geraldes Lino.
Estas duas notícias deixam muitas interrogações. Pode mesmo questionar-se a capacidade de renovação do Clube Português de Banda Desenhada (sem discutir a sua saudável ambição neste sentido), e de alcançar os objetivos que se propõe e que estão, afinal, à altura dos seus 38 anos de história. Mas outras interrogações envolvem a Amadora: há colaboração entre a Amadora e o CPBD para além da cedência do espaço? Em que medida pode a Amadora beneficiar da atividade do CPBD? A exposição Jijé marca o início de uma programação expositiva na Bedeteca ou é um “ato isolado”?
Mas há uma verdade inquestionável. Com maior ou menor esforço de divulgação, a Amadora mexe. A BD, na Amadora, volta a não se resumir ao festival internacional de banda desenhada, e isso é uma coisa boa.
Para já, fica a circular do CPBD (que é auto explicativa, e que retirei do referido blogue de Jorge Magalhães), e o convite para se conhecer melhor o universo de Jijé, um dos autores fundamentais da banda desenhada franco-belga, referência obrigatória para autores como Franquin, Giraud, Morris, Paape e Will, e um dos inventores da biografia documental em banda desenhada, o que nunca o impediu de prosseguir uma notável carreira no domínio da ficção, da BD humorística às grandes aventuras (com destaque para o western Jerry Spring).
A Bedeteca da Amadora situa-se no piso 2 da Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos (Av. Conde Castro Guimarães – Venteira), e acolhe a exposição “Centenário de Jijé – Mestre de Banda Desenhada”, dedicada a Joseph Gillain (Jijé), desenhador e argumentista belga, (13 de janeiro de 1914 – 20 de junho de 1980), até 11 de julho.
A mostra resulta de uma coprodução entre a Câmara Municipal de Moura e o Gicav (Grupo de Intervenção e Criatividade Artística de Viseu), é comissariada por Luiz Beira, e é composta por 16 painéis, mas também por livros e revistas do acervo da Bedeteca, o que permite dar um valor acrescentado à mostra, comparativamente com anteriores locais em que a exposição foi apresentada.
A Bedeteca pode ser visitada de terça-feira a sábado, das 10 às 18 horas.
Caro Pedro,
Obrigado pelo seu comentário sobre o CPBD e pela divulgação da respectiva circular neste blogue, que muito aprecio. Além do meu Gato Alfarrabista, também o Largo dos Correios lhe fez referência, há alguns dias.
Estas notícias também me surpreenderam pela positiva e estou certo de que a colaboração entre o CPBD e a Bedeteca da Amadora poderá dar bons frutos. Para já, encontrou-se uma forma de utilizar um espaço funcional como o do ex-CNBDI, em vez de o deixar “entregue às moscas”. E isso deve ser saudado, mesmo discordando da extinção do CNBDI, que nunca foi muito bem explicada mas que presumo tenha sido, fundamentalmente, por razões orçamentais. Até que ponto o CPBD terá meios para promover um intercâmbio frutuoso com a Bedeteca, isso é outro assunto. Congregação de vontades é que não lhe faltará, certamente…
Para já, surgiu este comunicado ao público e um apelo aos sócios, actuais e futuros. Creio que as quotizações serão muito necessárias para a concretização dos planos do CPBD, que desconheço ainda em pormenor. Mas continuarei a apoiar este projecto como sócio fundador do Clube e como blogger.
Abraços,
Jorge Magalhães