A estupidez do Pirata Machado

A malta gosta de festa, por isso vamos lá à festa.

O Machado-Dias ficou chateado por eu ter pedido para retirar o texto referente ao regresso de Louro & Simões, publicado no aCalopsia e republicado no Kuentro sem autorização, como é hábito. Para além disso, não fiquei honrado em ver o aCalopsia pirateado e, ainda por cima, chamei-o de pirata. Mas sabem, reprodução de material não autorizada é pirataria!

Há coisas assim, feitas com boas intenções, mas que por vezes não correm bem.
Existe um ditado que diz que de boas intenções está o inferno cheio. Quem tem boas intenções faz aquilo que é prática corrente em todos os blogues do mundo, excepto os portugueses: coloca a citação relevante do texto, redirecionando os leitores para o texto original, caso pretendam ler o texto na íntegra.

É por isso que existe um função de blockquote (citação) no sistemas de gestão de conteúdos para blogues, como o Blogger ou WordPress.

A publicação integral de material sem autorização dos autores é pirataria, independentemente das boas ou más intenções dos autores e é, acima de tudo, uma falta de respeito por quem escreveu os textos.
Esta não é a primeira vez que Machado-Dias o faz, e até duvido que seja a última. É uma prática que já tem uma longa tradição.

Em 2004, tendo percebido que era publicada na imprensa escrita muita matéria sobre BD, de que muita gente não tinha conhecimento nos meios bedéfilos, uma vez que são poucos os apreciadores da chamada “Nona Arte” que lêem a imprensa, resolvi fazer o fanzine (impresso em fotocópia) a que chamei BDpress – Recortes de Imprensa sobre BD – e que editei durante 15 meses. Nunca cobrei pelo BDpress impresso mais do que o preço das fotocópias! Embora tivesse que comprar todos os jornais em que saiam textos sobre BD, durante os meses em que fiz esse trabalho e depois montar os recortes nas 15 ou 20 páginas do fanzine. Quando iniciei a publicação do BDjornal em 2005, a edição do fanzine BDpress ainda coincidiu com os 3 primeiros números do BDj, mas resolvi, dada a sobrecarga de trabalho a que as duas actividades me obrigavam, continuar o BDpress no Kuentro (blogue que iniciei em 2003), sempre com a imagem do recorte da página, mas com muito menos recortes que na versão impressa. Actualmente existem mesmo vários amigos que me enviam recortes de imprensa sobre BD para esse fim.

Ó Machado! Pá, isso continua a ser pirataria, a questão não é se cobras ou deixas de cobrar, se tens lucro ou se tens prejuízo, a questão é se os autores dos textos dão autorização e são remunerados, caso o pretendam. O facto de não cobrares ou não teres lucro não faz com que deixe de ser pirataria, faz é que seja pirataria estúpida: já que não visa o lucro, só serve para o mito de editor e jornalista do único jornal de BD nacional.

Já a partir do momento em que és pago, mesmo que seja pouco por algo, até é pirataria pela qual és remunerado.
Mas no fim do dia, isto é mesmo pirataria estúpida e conversa da treta, aquela que a malta da BD adora, aquela que todos comentam, mas ninguém se importa, porque o tipo é um tipo “impecável” e, no fim do dia, é assim que existem sanguessugas que nada acrescentam e que são “alguém” na BD nacional.

Para além disso, existe outro facto: há material republicado no Kuentro que está disponível online, e com um design mil vezes superior, como é o caso (por exemplo) da entrevista do Laerte pirateada no Kuentro que, contudo, tem o bónus de algumas gralhas que não foram corrigidas, uma vez que o texto foi scaneado do jornal, em vez de ser copiado da net.

Mas enfim, Machado-Dias é o percursor do jornalismo OCR! Para quem não percebeu, o pirata Machado explica:
Refiro também, que os recortes são digitalizados, seguindo-se o processo de cópia de texto em OCR, para que sejam mais legíveis e para eventuais correcções de erros que os escribas cometem por vezes.

Eu até acrescentava que por vezes introduz erros que não constam do original. O mais ridículo disto tudo é que o Kuentro é suposto ser o blogue de um “jornal de banda desenhada”, mas a generalidade dos seus conteúdos é mera republicação de textos alheios, publicados noutros lados. Este facto faz com que até seja a publicação nacional que tem o maior número de ilustres colaboradores na área da BD: não deve existir um crítico ou jornalista que tenha escrito sobre BD na última década que não tenha lá ido parar!

Devo referir, já agora, que o ex-jornalista do Público, Carlos Pessoa, autor de muitos dos textos de recortes que coloquei no BDpress – tanto na fase fanzinesca como no Kuentro – se referia a esta minha actividade como um verdadeiro “serviço público”.

Desculpem lá discordar do Carlos Pessoa, mas aquilo que existe no Kuentro, não é serviço público, é ruído, em particular quando são textos publicados sem qualquer nexo ou razão, ou mais ridículo ainda: OCR de textos publicados online.

Para além disso, quem tem “boas intenções” e pretende divulgar um texto que viu na net e gostou, não faz copy paste para o seu blogue para depois o ir promover para o seu blogue o seu trabalho de divulgador OCR, quem tem boas intenções partilha o link original no Facebook e coloca uma menção a redireccionar os seus “milhares” de leitores para o texto de origem. Quem tem boas intenções não disfarça um ataque pessoal de um texto noticioso sobre pessoas que nada têm a ver com a conversa.

Mas isto é a banda desenhada portuguesa e a malta até fica chateada quando lhes chamam a atenção para coisas que deveriam saber que são incorrectas. É por estas e por outras que existem pessoas – com fama de caloteiros e cujo mau trabalho é reconhecido unanimemente, há décadas – que marcam presença em todos os eventos, como se fossem realmente alguém digno de consideração.

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3 Comments

  1. Caro Campos, por mim dei o assunto por encerrado! Se queres continuar a fazer barulho e a perder tempo, é contigo. Mas já agora gradeço sobretudo a publicidade ao Kuentro que, graças a esta polémica cretina teve visualizações recorde esta noite. Também devo dizer que não me senti ofendido com nada do que disseste, porque tenho experiência suficiente para não ligar às conversas de putos empertigados, que não sabem do que estão a falar. Devo esclarecer-te também, já agora, de que nada do que dizes sobre o BDjornal corresponde à verdade – todos os textos lá publicados são-me enviados pelos autores respectivos. Mandaste a boca errada e os escribas da BD devem estar a gozar à brava com a tua cretinice. Problema teu! E como também já percebi que não sabes do que estás a falar quando falas em “piratas” ou “pirataria”, até gosto da nova alcunha!

    1. says: Bruno Campos

      Claro que gostas da alcunha, sabes bem o que és e não devo ter sido o primeiro a comentar o facto.

      Se tivesses um pouco de inteligência tinhas visto que eu estava a dizer que o rídiculo é o KUENTRO ser um BLOG do BDJORNAL e depois ter é quase só textos de outras proveniências.

      Se não querias barulho tavas calado, mas tu gostas de aparecer, seja lá como for.

      E é óbvio que a malta se está a rir, Machado-Dias é uma bela piada!

      Para além disso se tivesses vergonha na cara já não andavas por cá à muitas décadas.

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