Razões para ir ao AmadoraBD 2014: Joe Staton

Durante vários anos, a Amadora não contava com os comics norte-americanos, centrando a sua oferta nos álbuns franco-belgas.

Durante vários anos, a Amadora não contava com os comics norte-americanos, centrando a sua oferta nos álbuns franco-belgas. A excepção foi uma primeira exposição dedicada a Batman, com a primeira visita de Jerry Robinson, o criador do Joker.

Foi com a mudança de direção do AmadoraBD para Nelson Dona que os comics começaram a receber alguma atenção. É a partir do ano 2000 que o festival recebe a visita de autores como Peter David ou Rick Veitch, chegando também aos autores de diversos países que trabalham para os comics (incluindo os portugueses).

Nos últimos dois anos, as exposições dedicadas aos super-heróis (Homem-Aranha e Super-Homem) foram muito bem sucedidas, e o AmadoraBD arrisca este ano a dose dupla, com Batman e o Surfista Prateado (Silver Surfer). Tal como nos anos anteriores (com Mike Deodato e Jon Bogdanove) anuncia-se um nome de “autor-estrela” que estará presente no festival. E este ano (sem qualquer desconsideração para Tom Grindberg) esse nome é Joe Staton.

Para quem se interessa pelo universo dos comics norte-americanos, a vinda à Amadora do consagradíssimo Joe Staton (nascido em 1948) é uma excelente oportunidade para aprofundar conhecimentos. Poucos autores possuem uma experiência tão vasta e diversificada do que é trabalhar em BD nos Estados Unidos, com presença quer nas tiras dos jornais (comic-strips), quer nas maiores editoras de super-heróis (no mundo dos comic-books).

O conhecimento e a experiência de mais de 40 anos em títulos de topo trabalhando para diferentes públicos e acompanhando a evolução do mercado e da própria história da banda desenhada, fazem de Joe Staton um extraordinário convidado. Esperemos que tanto a organização do festival como os leitores portugueses saibam aproveitar bem esta oportunidade.

Staton começa a sua carreira profissional em 1971 na Charlton Comics, onde se destaca com o super-herói E-Man (com Nicola Cuti). Ainda na década de 70 começa a trabalhar também para a Warren, para a Marvel e para a DC Comics. Para a Marvel (contratado por Roy Thomas), assegura a arte final de Avengers e de Hulk, e alguns números de Silver Surfer. Na DC Comics (onde chega pela mão de Paul Levitz), trabalha nos mais variados títulos: Action Comics, Adventure Comics, Batman, DC Comics Presents, o DC Special nº 29 com a origem da Justice Society of America, Green Lantern (onde cria Omega Men, com Marv Wolfman), Guy Gardner, Huntress, Karate Kid, Metal Men, Millennium, New Guardians, DC Showcase, Superboy ou Wonder Woman.

A partir da década de 80, o trabalho de Staton aparece em diversas editoras independentes, destacando-se a First Comics, onde desempenha um cargo editorial, e onde vai retomar a personagem E-Man e colaborar em títulos como American Flagg!. Para além da First, tem trabalhos na Topps, na Warp Graphics (em Elfquest), e até na Archie.

Nas últimas décadas, Joe Staton tem trabalhado numa série de títulos destinados a leitores mais jovens, como Richie Rich, Casper the Friendly Ghost e, sobretudo, Scooby-Doo.

Com Christopher Mills lançou Femme Noir, e com Charles Santino assinou a adaptação à BD de Anthem (de Ayn Rand).

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Mas sobretudo, e já na década atual, Joe Staton torna-se o desenhador de Dick Tracy (com argumento de Mike Curtis), dando continuidade às aventuras do lendário detetive criado por Chester Gould.

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