“Naruto” é um mangá japonês escrito e ilustrado por Masashi Kishimoto, sobre um jovem ninja em formação, com pouco jeito mas muita força de vontade, que sonha um dia vir a ser o maior ninja da sua aldeia.
E é precisamente o acreditarmos em nós mesmos e nos nossos sonhos, mesmo quando todos os outros nos julgam loucos e incapazes, o tema que atravessa os oito capítulos de dezoito páginas, originalmente publicados na revista Weekly Shonen Jump, reunidos neste décimo volume editado em Portugal pela Devir.
O décimo volume, Um Ninja Formidável, abre a dois combates do final das pré-eliminatórias para a terceira fase do Exame Chunin, onde os jovens aprendizes de ninja defrontam outros aprendizes, de diferentes aldeias, esperando conquistar a vitória e subir de escalão. O misterioso e dominante Gaara, da Aldeia Oculta da Areia, está pestes a enfrentar o determinado e íntegro Rock Lee, da Aldeia da Folha.
As probabilidades estão todas contra Lee, um ninja de qualidade inferior, também ele com um sonho muito semelhante ao de Naruto, mas a sua dedicação e espantosa capacidade de trabalho irão surpreender o leitor. Se elas serão suficientes para vencer a luta já é outra história…
Entretanto, Sasuke continua em coma, vigiado de perto pelos vilões Orochimaru e Kabuto, que têm planos para ele, mas sob a protecção do mestre Kakashi que, devido a essa tarefa, não tem tempo para treinar o protagonista após este descobrir quem será o seu adversário na terceira fase do exame. O novo professor de Naruto é uma cara conhecida, mas ainda assim inesperada.
Os desenhos são competentes mas, ao contrário de obras como “Akira” – da qual o autor nos confessa ser um grande fã em pequenos apontamentos que servem de separadores entre os capítulos – estão longe de serem extraordinários, e conceitos como Ninjutsu, Taijutsu, Genjutsu e Chacra também não serão muito fáceis de compreender por um público internacional mais jovem.
Apesar disso, Kishimoto consegue contar-nos uma história simples e que não se leva muito a sério, com um protagonista agradável e relacionável, o típico underdog (e quem é que não torce pelo underdog?), recheada de lições de moral, cultura e valores tradicionais japoneses, que corre por vezes o risco de se tornar aborrecida sempre que o jovem ninja ou um dos seus amigos não está envolvido numa aventura, mas ainda assim é capaz de nos manter a virar a página, ansiosos pela próxima missão ou combate.