Farrajota: “Os prémios da Amadora são uma confusão total”

Portugal é pródigo em originalidades, como serem os vencedores de prémios a colocar em causa os méritos e validade que estes possuem.

No passado sábado, a cerimónia de entrega dos PNBD foi cheia de surpresas, mas um momento desafiou a concepção da realidade dos presentes: foi indicado que Marcos Farrajota iria receber o prémio atribuído o prémio de Melhor Álbum Nacional atribuído à “Zona de Desconforto”, da Chili Com Carne. Após um momento de incredulidade, a normalidade foi reposta quando Nelson Dona (director do AmadoraBD) se dirigiu ao palco – murmurando que “o Marcos disse que vinha” – e recebeu o prémio das mãos de Carla Tavares, Presidente da Câmara Municipal da Amadora, que aguardou em vão pela chegada do ilustre presidente da associação.

Afinal, o mundo não tinha enlouquecido por completo e Marcos Farrajota demonstrou o respeito que sempre teve pelos Prémios, pelo festival e pelos restantes autores de BD. A ausência do editor e dirigente associativo foi compensada com entrevistas aos jornais Diário de Notícias e i.

Acho que os prémios da Amadora são uma confusão total, vítimas da pouca e pobre produção editorial portuguesa e da própria incoerência programática do festival.

Esta acutilante critíca à “pobre produção editorial portuguesa” é um justo agradecimento aos responsáveis pela “confusão total” que são os prémios do AmadoraBD: o júri, que até nomeou uma obra que não foi apresentada a concurso, como os regulamentos o permitem e já sucedeu anteriormente, como já tinha sido explicado pelo director do festival. A política de não envio até se encontra justificada na entrevista ao i:

“Não queremos nada nunca, preferimos oferecer ideias para o mundo.”

Esta ideia é complementada com um aspecto que é fundamental na discussão da BD contemporânea, na óptica do nosso bedófilo anónimo favorito: os patos usarem ou não cuecas.

“Talvez percebam que a BD que se deveria divulgar não é sobre patos sem cuecas ou musculados com cuecas de fora, ou a que preço foi vendido mais um original do Tintim, talvez agora percebam que existe alguma BD séria, adulta e artística em Portugal”.

A problemática da divulgação da BD nacional é aprofundada no post do Blogzine da Chili Com Carne, referente à entrevista no Diário de Notícias onde revela o motivo por que não comprava esse diário nacional há uma década.

O Diário de Notícias deixou de escrever sobre Banda Desenhada porque o menino João Miguel Tavares achava que esta em 2004-e-tal tinha desaparecido e o que estava a dar era pôr mais betinh@s no mundo e escrever sobre livros para putos – claro, um gajo quando passa a ter filhos é um adulto e não pode mais ler coisas para crianças (BD) mas sim livros ilustrados para a infância.

É realmente uma situação que deveria ser debatida: as opções pessoais e profissionais de individuos que optam por caminhos não aprovados pelo presidente.

Mas essa é uma questão lateral: Tendo em conta que a “confusão” dos prémios da Amadora permitem uma projecção a nível nacional o editor explanou os critérios editoriais seguidos nesta obra, ao “i”:

Na essência são amigos e conhecidos, alguns não entraram porque não tiveram tempo para produzir BD porque andam estafados da vida que levam.

Realmente é lamentável que nem todos os autores nacionais possam ter vida de bibliotecário-presidente-de-associação, contudo o pior são mesmo as “antas” que não reconhecem o valor artístico da “Zona de Desconforto”:

“Escreve” Pedro Cleto no JN que o Zona de Desconforto ganhou o prémio da BD Amadora não pela obra ter qualidade mas por ser uma “edição marginal”. Ele tem toda a razão, a obra não tem qualidade e é justamente por isso que mereceu um prémio da BD Amadora! O estranho é que este divulgador nortenho nunca antes ter dito isto de todas as obras já premiadas na Amadora que também não tinham

No entanto a verdadeira crítica (que para uns será uma “requintada crítica intelectual”, embora outros possam considerar um insulto de meninos mimados incapazes de lidar com opiniões diversas) está guardada para o url do post: http://chilicomcarne.blogspot.pt/2014/11/os-burros-do-norte.html

Se ainda não perceberam a crítica, eu faço um desenho!

os-burros-do-norte

Já agora convem salientar que a critica atroz que Pedro Cleto realizou foi mencionar que a vitória da obra foi uma surpresa não pela qualidade da obra, mas por ser uma edição algo marginal mesmo para o mercado português.” Caso não tenham compreendido eu traduzo para os burros que gostam de encher o peito para a fotografia: é indicado que apesar de a obra qualidade foi uma surpresa por ser uma “edição marginal”. Existem burro que se aprendessem a ler em vez de zurrarem faziam melhor.

Contudo, não se julge que o emérito editor não tem sentido de autocritica, o que não tem é pejo em assumir que o projecto não é completamente do seu agrado.

“Na realidade, esta antologia ficou aquém do que queria. Ficou mais mais burguesa que lumpen”.

Uma afirmação ao Diário de Notícias que é reiterada ao “i”, onde até descobrimos que se pode dizer lumpen em português:

“Infelizmente, a antologia é mais burguesa que proletária”.

São opiniões que deixam claro que quem considerar a “Zona de Desconforto” uma obra “marginal” são burros e os que considerarem uma obra “burguesa” são “freaks de Esquerda”.

[pullquote align=”right”]”Esta antologia ficou aquém do que queria.”[/pullquote]Farrajota no seu melhor! não é de admirar portanto que exista quem tenha curiosidade em ver como será a exposição dedicada aos autores na Zona de Desconforto no AmadoraBD em 2015, vencedores do PNBD são autores em destaque na edição seguinte do AmadoraBD, como foi confirmado pelo director do festival.

É uma situação que irá proporcionar a transformação do AmadoraBD numa Zona de Desconforto, com aquilo que deverá ser uma “estreia oficial” da Chili no festival. Apesar de o emérito presidente da Associação já ter andado pelo festival em sessões de autógrafos a promover as suas obras, no início do século e na versão Marte Pinga-Amor (Loverboy), a associação/editora não costuma estar presente no festival. Existem alguns exemplares à venda numa banca que se disponha a acolher as obras, mas não existe qualquer presença oficial da editora/associação, mesmo quando existem lançamentos que coincidem com o festival, como foi o caso este ano do QCDA #2000.

Resta a questão se o festival terá a coragem de abandonar a sua “incoerência programática” e abordar frontalmente aquele que é um dos grandes cavalos de batalha do emérito editor: a relevância dos patos não usarem cuecas na BD contemporânea!

Os meus parabéns aos autores “burgueses” da “Zona de Desconforto” pelo trabalho realizado que permite ao seu editor explanar as suas ideias sobre as “questões fundamentais” da BD nacional, em jornais jornais generalista de distribuição nacional que, regra geral, ignoram a BD independentemente da estética, salvo em situações como a proporcionadas pela “incoêrencia programática” do AmadoraBD e a confusão dos seus prémios.

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16 Comments

  1. says: Pedro Mota

    O Marcos Farrajota tem provas dadas como editor, nomeadamente como editor de antologias (veja-se o caso da extraordinária Mutate&Survive). Não precisa de se justificar.
    Como autor, é um daqueles casos de quem, como diria a Sara Figueiredo Costa, mostra experimentação, questiona a estrutura da prancha e dialoga com a contemporaneidade. Não sei se é um efeito de dialogar há demasiado tempo com a contemporaneidade mas, quando aparece a dizer coisas, não consegue defender da melhor maneira as suas ideias (que até são válidas), refugiando-se nestes argumentos de patos sem cuecas, bedófilos e arraçados (não é que não seja eficaz, porque o Bruno Campos faz logo eco disto).
    De qualquer forma, não concordo com o Marcos num aspeto importante: a BD não é necessariamente arte. A BD é sobretudo uma forma de linguagem, e pode ser tudo uma questão de eficácia na comunicação, e de chegar ao leitor. E sendo arte, pode também ser arte popular.
    Da mesma forma, não vejo a necessidade de proclamar uma BD adulta, sobretudo quando por adulto se quer significar uma banda desenhada de autores jovens, com uma experiência de vida (a tal que os estafa) muito relativa, que estão ainda na idade de questionar a estrutura da prancha.
    A BD é uma linguagem que pode ser abordada numa perspetiva artística, e numa perspetiva adulta. Mas a BD artística e a BD adulta não são necessariamente melhores que outras BDs. E o que hoje não é artístico, amanhã pode muito bem sê-lo. Não há uma necessidade de afirmar a BD artística e adulta.
    Posto isto, se eu fosse a organização do AmadoraBD, não havia exposição em 2015 para o melhor álbum, claro. O Marcos não precisa dela, e o festival também não.
    Parabéns ao Marcos e aos autores envolvidos na antologia premiada. O Marcos que dê a palavra aos autores. É que, se mais razões não houvesse, se ele estiver calado, o Bruno também se cala.

    1. says: Hugo Almeida

      Sim, é tudo muito relativo. O alto é baixo, o medíocre é a arte do futuro. Vou começar por aproveitar o soundbite sobre a “banda desenhada de autores jovens, com uma experiência de vida (a tal que os estafa) muito relativa, que estão ainda na idade de questionar a estrutura da prancha,” porque acho que revela alguma coisa do posicionamento ideológico do autor. O Chris Ware é o exemplo da BD mais imediato que me ocorre para desmistificar a ideia que propõe de que só autores sem experiência é que estão interessados nas formalidades do meio que usam. Mas, na verdade, essa é uma questão transversal a todas as artes plásticas e é sintomático que só na BD é que isso seja tomado como algum tipo de fraqueza. Tenho a certeza que estou a extrapolar demasiado sobre o que disse, mas parece-me ser a consequência necessária da associação que faz entre maturidade (ou falta dela) e experimentalismo. A carapuça também me serve.

      A BD contemporânea sofre de uma grande contradição que é precisamente a existência de uma série de artistas e comunidades de artistas que estão interessados em desenvolver um trabalho artístico em BD (podia ser qualquer outro suporte, mas escolheram a BD), sem que este seja acompanhada da valorização cultural, social e mediática que é atribuída a outros meios de expressão. Isto é importante a todos os níveis, não só porque limita consideravelmente a sua exposição e distribuição, mas também limita severamente os apoios institucionais—apoios estatais ou privados à produção ou investigação de BD e estruturas académicas preparadas para lidar com as questões particulares do meio. Esta resistência à BD deve-se, neste momento, a duas coisas: à BD não representar, pelo menos em Portugal, uma indústria que mova dinheiro suficiente para que homens de fato e gravata se interessem; e à ideia colectiva que temos da BD se circunscrever ao Tio Patinhas e ao Super Homem e outras coisas parecidas. Isto não é para dizer que tenho alguma coisa contra uma BD infanto-juvenil ou de entretenimento (também consumo). Mas, em termos estratégicos, é fundamental separar o trigo do joio e insistir na existência de uma BD adulta, contemporânea e relevante para um corpo maior das artes plásticas e outras formas narrativas.

      Percebo totalmente a frustração do Marcos, porque a AmadoraBD é um abortozinho que é incapaz de perceber sequer o que quer fazer de si própria. Ora é exposição, ora é recreio para a criançada e montra de cosplayers. No final, fica o retalho kitsch a que assistimos todos os anos. Também é difícil não questionar a pertinência de prémios que a par de publicações relevantes, seleccionam Pizza Boys e outros trabalhos derivativos. A evidente falta de critérios na selecção revela um problema estrutural que a Amadora BD não parece estar interessada em resolver.

    2. says: João

      Com toda a honestidade, Pedro, pareceu que a tua resposta queria dizer “não liguem, eles são maluquinhos”. Isto para mim revela alguma condescendência. Confundiste um trabalho de editor ou um de autor para extrair uma conclusão qualquer, mas o passo é de si precipitado. Depois inventas uma posição para malhar nela, só que a posição não foi enunciada. “Bd como arte”? Onde? E o que quer isso dizer dos autores jovens com uma experiência “muito relativa”?

    3. says: Bruno Campos

      Pedro, eu tenho consciência do meu impacto e é muito menor do que o do Diário de Notícias ou do “i”. É por as pessoas fazerem orelhas moucas que a situação chega ao limite do absurdo.

      O Marcos Farrajota enquanto autor é uma nulidade, ele não sabe desenhar. Não existe qualquer valor artístico ou questiona nada. O desenho é mau, tão simples quanto isso. A falta de qualidade é tão gritante que até o Marcos Farrajota editor prefere publicar o Marcos Farrajota na associação a que preside do que na editora de que é dono, salvo erro.

      Não confundas o trigo com o joio, a única concepção estética do Marcos é a que lhe interessa, e sempre esteve de costas voltadas para o AmadoraBD, excepto para ir lá dar autógrafos para vender os livros do Loverboy. A Sara Figueiredo Costa, assim como Pedro Moura, são daqueles que têm tentado levar um tipo de arte menos convencional ao AmadoraBD, de encontro ao público. Ao Marcos é-lhe entregue de mão beijada uma oportunidade para promover o trabalho e os autores que publica, mas está mais interessado em promover a sua imagem de “freak de Esquerda” numa cruzada anti-patos sem cuecas, e pelo caminho indica que os autores que publicou ficaram aquém das espectativas e foram burgueses.

      O Marcos é um do proponentes da corrente que o melhor é ignorar os PNBD e o AmadoraBD, porque realmente ele não precisa, afinal as edições da Associação são subsidiadas, a da editora dele apoiadas pela Associação, ele pode-se dar ao luxo de ser um marginal anti-sistema, o estado paga a conta (com um ajuda das cotas dos sócios).

      Esse é um modelo de negócio que é viável para ele, mas que não é viável para outros, contudo existe quem o siga de bom modo e considere que o melhor é viver de costas voltadas para o mercado.

      Tens razão, o Marco não precisa do AmadoraBD, o “negócio” dele é rentável mesmo sem o ABD, mas e os autores dele? Os autores da Chili não benefeciavam de estarem presentes no AmadoraBD? Os autores também não querem estar presentes no AmadoraBD?

        1. says: Bruno Campos

          Quem lhes devia ter perguntado era o editor deles, o presidente deles antes de fazer declarações que são uma boa maneira de fechar portas que outros tentaram abrir.

          Eu só estava a salientar o facto de que exclusão do Marcos do AmadoraBD, não prejudica mas prejudica os autores “dele”. Que ele esteve mais preocupado com o seu estatudo de “marginal anti-sistema” do que com os autores. Alguns, até já estiveram presentes em outras ocasiões no ABD, como foi no caso desta edição, por isso não devem ter assim tanta aversão ao festival como isso.

          1. says: João

            O que dizes contradiz-se. Se já lá estão, donde vem o prejuízo? Quanto ao resto, francamente, não sou sócio da Chili, portanto é lá com eles.

          2. says: Bruno Campos

            Estar este ano não é sinónimo de estar no próximo, e existem participações com niveis de destaque diferentes. E existem autores que não estão presentes este ano.

            Não és sócio da Chili? Isso é a notícia do dia!

            Obrigado por confirmares que não te interessa as consequências das acções do Farrajota para os autores que era suposto representar. Eu já tinha repardo que só estavas interessado em atacar-me e defender o Marcos.

          3. says: João

            Não sejas infantil. Inventas as “consequências” tal como inventas a minha opinião sobre isso. Fala sozinho.

          4. says: Bruno Campos

            Eu não estou a inventar, estou a dar a minha opinião (no mínimo) que alguns até são capazes de considerar que não é uma opinião, são factos.

            João, eu não te convidei para vires cá defender o Marcos, tu é que vieste cá ter, como é habitual. A tu participação na secção de comentários do aCalopsia teve sempre só dois objectivos: defender o Marcos e atacar-me, nunca te vi por cá a falar de outra coisa que não fosse o facto de o Marcos estar certo e eu errado.

            Pessoalmente não tenho qualquer interesse em falar contigo, por isso está à vontade para ires fazer avaliações sobre o meu caracter para outro lado e deixa a secção de comentários do aCalopsia em paz.

          5. says: João

            Não, Bruno. Não escolhes quem comenta no teu blog, portanto o azar é teu.

            Interessam-me os temas de que falas, portanto acompanho-o. Todavia, como sabes, não acompanho a tua forma de fazer as coisas, razão pela qual não participo neste espaço. Se queres escrever este tipo de peça, citas a organização e os autores. Não citaste. O centro do blog são os artigos de opinião que redundam em discussões espúrias sobre o meio, mas fora esse debate “sociológico”, desconfio que já se deixou de ler bd por aqui há muito tempo.

            Desculpa se isto equivale a pessoalizar a discussão, mas tu fixaste os termos. Até que ponto faz sentido eleger como critério a bibliografia artística de um tipo para o diminuir? Queres falar da tua?

            Porque nada disso me interessa, fica com a dica: quem está fora não tem tempo a gastar com este maniqueísmo, uma forma infantil de escolher “trincheiras”.

        2. says: Bruno Campos

          João quem escolheu uma trincheira foste tu. Tu, João Machado, é que vieste a minha casa dizer que eu estava errado e criticar-me. Curiosamente em outras alturas discordavas dos meus pontos de vista, mas não quiseste vir comentar em público os porcos capitalista que (na tua opinião e do Marcos) exploram os autores, consideras e incentivavas para que me atirasse ao porco, mas sempre evitaste usar a secção de comentários para dizeres a tua opinião.
          Ficaste chateado por ser mais veêmente nas criticas ao Senhor Presidente do que ao porco? Azar o teu, considero que um é merece mais criticas do que o outro.

          Já agora, João, nas costas dos outros eu vejo as minhas.

          Agora deixa-me que te diga, estás errado. Eu até escolho quem comenta no blog, tenho sempre a opção de apagar comentários, e banir IPs, até agora tenho deixado-te falar que dava jeito ter um “moço de recados”, a dar voz ao dono, para debater as ideias dele, uma vez que o dono gosta é de insultar, mandar bocas pouco anónimas e gozar com tudo e com todos.

          Existem por aqui vários tópicos que abordam várias questões e se debate inclusivé a organização e os critérios do AmadoraBD, isso não te interessa! Só te interessa defender o Marcos Farrajota, é só para isso que cá vens.

          O teu interesse é vender a ilusão de que eu sou um vilão a atacar a virgem indefesa (do Marcos Farrajota) que está a ser defendido pelo cavaleiro de armadura branca: João Machado, “talvez o melhor ou senão o único escritor de jeito sobre BD na actualidade.”

          Eu não tenho de estar a aturar em minha casa quem cá vem só para me atacar: e é para isso que tu cá vens fazer.

          Se tu (e outros) estavam à espera que eu tivesse mais consideração pelas tuas bocas, falta de desonestidade intelectual e afins, por te conhecer à mais de uma década estavas errado. Só vieste provar porque cada vez mais dou menos valor às “amizades bedéfilas”, e prefiro manter só um relacionamento “profissional” com a malta do meio. Evita chatices e discussões desnecessárias.

          Conheço, dou-me bem (quer dizer, falo cordialmente) com pessoas que são amigas do Marcos. Regra geral é um tópico que não abordamos, curiosamente esse é o único tópico que tu tens interesse em debater comigo ou em comentar no aCalopsia: Marcos Farrajota.

          A tua opinião já ficou bem clara, discordo completamente. Sempre que existir motivos para questionar as opções e atitudes públicas do editor e presidente de uma associação de autores, elas serão comentadas e analisadas independentemente de isso te agradar ou não.

          Já estou farto de perder tempo contigo inutilmente. Tenho artigos para escrever sobre “patos sem cuecas”, “tipos musculados com as cuecas de fora”, cosplay e outros tópicos que tu e o Farrajota desaprovam. Azar o vosso.

          O aCalopsia tem uma visão da BD que é eclética e generalista, e que não se rege pela visão míope e fundamentalista do Farrajota, que no fim do dia nem sequer é uma opção de estética, mas de gosto pessoal: os autores e obras de que o Farrajota gosta.

          O Marcos Farrajota é incapaz de falar de uma obra pela positiva, toda e qualquer oportunidade que tem para falar é usada para mandar bocas e insultar os outros, ele é incapaz de promover uma obra sem denegrir outras. Tu gostas e aprovas, eu não.

          Se pretenderes continuar com o papel de “troll” “pró-Farrajota” que só vem cá para me atacar e defender o dono, estás com azar, serão tomadas as medidas necessárias para evitar isso. Tenho mais que fazer do que te andar a aturar, por isso faz-me o favor de ires justificares o “prémio” de “talvez o melhor ou senão o único escritor de jeito sobre BD na actualidade.”

          O meu caractér é sobejamente conhecido, quem não gosta das minhas “tricas” pode ir para outro lado, tenho mais que fazer. A secção de comentários está sempre aberta a quem quiser falar sobre BD, que é algo que tu não vens cá fazer.

          Agradecia que te lembrasse que não é bom de bom tom ir a casa de uma pessoa só com o intuito de lhe dizer: estás errado, estás errado, estás errado.

          O Marcos tem razão eu não. É esse o teu ponto de vista, já ficou mais do que evidente desde a tua intervenção aqui, não precisas de estar constantemente a reinforçar essa ideia, e se sentes necessidade de o fazer, vai fazê-lo para outro lado, que aqui só te aturo enquanto estiver com disposição para isso, e já não estou.

          Sentias-te com necessidade de te emancipar? Precisavas de cortar com o teu passado de ComicsPT e Bizarro? Parabéns, tiveste um êxito estrondoso nesses objectivos.

          Isto, não é uma ameaça, é um aviso porque, como já te tinha dito, não tenho qualquer problema em ser o vilão desta história.

          Já agora, poupa-me a hipócrisia de dizeres que não te querias envolver nesta guerra, só te envolveste porque quiseste, tu é que te vieste cá meter. Se não te querias envolver, não te metias. Nunca andeia a pedir-te a ti, ou a ninguem, para me andar defender ou a atacar outros, sou grandinho o suficiente para assumir e defender os meus pontos de vistas, sem necessidade de moços de recados que falem por mim

  2. says: João

    Pois é, Bruno. No meio dessa folia sobre os mil defeitos que apontas ao Marcos Farrajota, lá arranjas maneira de os reproduzir. Mais um post mal escrito e inconsistente, como é comum quando se escreve a salivar — o teclado sofre.

    Qual é o argumento mesmo? O de que o Marcos Farrajota tem que aceitar um prémio de uma organização que não respeita? Um prémio que é proposto pelo júri, que ele não fez nada para receber? O respeitinho obriga a mudar de ideias e a vergar as costas, ou é esperado que as pessoas não mudem de opinião? É porque para mim nada disto é novo. Nova, sim, é a relevância da Chili com Carne, cujo epíteto de marginal parece estranho, tendo em conta que faz lançamentos, merece críticas no jornal, e está nas livrarias como toda a gente.. o que é que se chama a isso afinal? Não é uma editora como as outras? Imprime 500 e tal disto, 300 e tal daquilo.. isto é inusitado?

    A verdade é que no meio dessa conversa toda, onde supostamente denuncias posições que já toda a gente conhece ou adivinha, fazes queixinhas ao Pedro Cleto e pões uma foto do Marcos se andasse fugido à polícia, no meio disso tudo, estão autores. Autores que fizeram qualquer coisa que tu ignoraste (se quiseres empresto-te a cópia), que também têm voz (podes entrevistá-los) e, admito eu, não querem ficar para sempre entalados nas tricas estúpidas da bd nacional, que este blog não faz outra coisa senão prolongar.

    1. says: Bruno Campos

      João quero começar por agradecer a tua presença. Não é todos os dias que temos a honra de que segundo o Marcos, “talvez o melhor ou senão o único escritor de jeito sobre BD na actualidade.” É uma situação que é rara por aqui e que só acontece quando menciono o emérito presidente, isto não é trica, é facto.

      Agora deixa-me explicar de modo que até um idiota com palas perceba. O Marcos não reconhecer validade aos prémios não é problema, se ele tivesse pedido para o retirarem da lista de nomeados. Quando se é nomeado para um prémio têm-se duas opções ou se aceita ou não se aceita. O que o Marcos fez é o tipico comportamento de verme que lhe é caracteristico: concorda em estar presente (o que deixa implicito aceitar e validar o prémios) mas depois não aparece, e aproveita a deixa de vencer o prémio para ir para os jornais para denegrir que lhe atribui o galardão. É comportamento de puto gozão, não é de presidente de associação.

      A relevância que a Chili Com Carne é derivada ao facto de um membro do juri ter nomeado e defendido a obra. Não é devido ao Marcos, porque ele fez o que costuma fazer, não enviou as obras a concurso. Se ele tivesse enviado antes, se calhar os autores já tinha sido dada ao autores da Chili a relevância que este ano teve.

      Já agora, a pessoa mais gozada e entalada, foi quem defendeu a obra, o trabalho dos autores e submeteu o trabalho a concurso, que essa pessoa tentou abrir portas e autores e estéticas que defende, o Marco fez aquilo que sabe bem: gozar e insultar. Agora se as portas se fecharem é porque o AmadoraBD não sabe aceitar “críticas inteligentes”. Porque na tua opinião o comportamento do Marcos foi correctissimo.

      A foto que publiquei é a que surge a ilustrar o artigo do Diário de Notícia, só é pena não se ver “Esta antologia ficou aquém do que queria.” Um grande elogio ao trabalho dos autores que, já agora, são quem menos ordena aqui mas eu mencionei.

      O autores fizeram um trabalho que levou o juri a nomear e premiar a obra, contudo esta obra até está “aquem do que [o Marcos] queria”. Por isso, olha, não estou interessado num trabalho que está “aquem do que o Marcos pretende”.

      Já agora deixa-me lembrar-te que eu não falo, nem sequer represento os autores da Chili quem fala por eles, quem os representa é o seu editor e o presidente da Associação de que são sócios. Se os autores têm voz, então que falem, para aprovar ou reprovar o comportamento do editor. Se estás interessado em dar voz aos autores e ver entrevistas com eles, dá-lhes voz! Afinal de contas, não és tu “talvez o melhor ou senão o único escritor de jeito sobre BD na actualidade”? És capaz de ter mais capacidade para isso do que eu, pelo menos segundo o teu presidente.

      Parece-te estranho o epíto de “marginal” para a Chili? Andas em que mundo, o Marcos colocou literalmente a Chili à margem do resto da BD com atitudes como a não presença no ABD, o não envio de exemplares para os PNBD. Este ano a Chili só não continuou na marginalidade a que se auto-impôs porque alguem resolveu defender os autores, para depois o editor aproveitar para cimentar o seu estatuto de “freak de Esquerda” numa cruzada contra os patos sem cuecas.

      Já agora, estranhas o Cleto considerar a Chili marginal, insurges-te contra a minha denúncia (queixinha), mas o insulto gratuito e derivado a pura estúpidez do Marcos não te merece nenhum reparo? João, não precisas de responder pergunta é retórica, eu já sei a resposta.

      Quanto às tua considerações sobre a minha pessoa, sobre a minha pessoa, só tenho a dizer-te isto: já conhecias as minhas opiniões à mais de uma década, e não percebo porque teimas em vir defender quem tem meios para se defender, voz para falar, e acima de tudo: meios e acesso a recursos que outros (incluindo tu não têem). Quer, eu até percebo o teu ponto de vista, mas olha eu quando voltei a escrever sobre BD já sabia que ia criar inimizade e perder “amizades”, por isso João… Adeus e boa viagem!

  3. says: João

    Agradeço os desejos de boa viagem, mas não estou a pensar ir a lado nenhum.

    Atribuis-me opiniões que não manifestei e pretendes fazer de um elogio que foi me feito um insulto qualquer. Duas técnicas que desprezo. Mas não te desprezo a ti, e portanto quando quiseres, tomamos um café.

    Não tenho que justificar o comportamento do Marcos Farrajota. Mas é que não tenho mesmo. O estilo dele já é sobejamente conhecido, e a mim o que me interessa são as coisas acertadas que ele diz, e as publicações de qualidade que ele põe cá para fora. Comentei o artigo porque me oponho a esta forma de “shaming” público, como se o grande terror da bd nacional fosse um tipo que recebeu um prémio e não o queria.

    É no mínimo abusado dizer-se que o M.F. fecha portas a não sei quem, ou entala este ou aquele, por manifestar uma opinião que já se conhecia. Em primeiro lugar, os artistas não lhe pertencem e ao que sei são livres de submeter as suas publicações a concurso ou participar no que bem lhes apetecer (atenção — a liberdade de reunião e associação não foi o M.F. que inventou). Em segundo lugar, não julgo que fizesse sentido recusar uma nomeação, pois isso é que seria vetar a apreciação da publicação.

    Por último, se pensas que o Amadora é assim tão importante, ou que não há mais circuitos para a bd fazer em Portugal, tens aí um problema, e não serei eu a resolvê-lo. O que sei é que toda esta discussão tapa a discussão sobre os méritos do “Zona”, premiável na Amadora ou na Austrália, cujo tema e agenda política são enquadrados pelo M.F., mas cujos conteúdos mantêm a autonomia própria dos de uma antologia. É que eu não quero passar a minha vida a discutir “personalidades”, maneiras de ser, nem a puxar as saias da mamã a ver se os meninos levam tareia. O que me interessa é a bd.

    1. says: Bruno Campos

      João, obrigado pelo convite para tomar café mas declino, é que tu podes não me deprezar mas eu desprezo-te, e não tenho qualquer interesse em falar contigo, muito menos para continuar a ouvir a ladaínha de que estou a ser mau para o Marcos Farrajota.

      Ainda bem que te opões ao “shamming” público do Marco Farrajota, só é uma pena que não te oponhas ao insulto gratuito e constrante menosprezar dos outros por parte do Marcos Farrajota.

      É abusado dizer que o MF fecha portas? Olha eu sei de meia dúzia que ele já fechou, resta saber é se o AmadoraBD, e a Câmara Municipal da Amadora lhe vão fechar ou não as portas e dar-lhe mais oportunidades para ele gozar com o festival, graças á visibilidade que o AmadoraBD lhe dá.

      Quem não reconhece validade a prémios e não os quer receber deve comunicar esse facto, não é andar armado em chico-esperto e dizer que vai e depois não vai.

      O AmadoraBD tem sido, é, e continuará a ser importante se direcção do festival assim o quiser. Prova da relevância do festival é a projecção que ele deu ao Marcos Farrajota (para gozar com o festival e os prémios) graças à Zona de Desconforto.

      Olha eu ao contrário do AmadoraBD, faço o que o Marcos quer, o Marcos não quer ser divulgado no aCalopsia, por isso não envia informações. Como ele não envia informações eu não divulgulgo. Poderá existir alguma excepção mas a regra é não divulgar informações de quem não envia, em particular do Marcos Farrajota! É que assim não corro o risco do AmadoraBD de ser gozado por lhe dar um prémio que ele não queria!

      Quando o Marcos quiser enviar informações sobre as edições da Chili Com Carne elas serão divulgadas, até lá não vou perder tempo com isso. O mesmo se aplica às edições do Clube do Inferno, apesar de te desprezar também, está à vontade para enviar informações sobre as edições que elas serão divulgadas.

      Os votos de boa viagem eram um convite era uma maneira simpática de te convidar a retirares-te da conversa, como não vais a bem vais a mal. E já tomei e tomarei as medidas necessárias para não ter de te aturar nas secções de comentários do aCalopsia.

      Desculpem lá, mas quem quer colocar o meu caracter em causa que vá para outro lado. Tenho mais de fazer do que dar conversa a quem só vem para moer o juízo.

      Os comentários é para quem quiser comentar os tópicos dos artigos, não é para comentarem o caracter de quem escreve. De resto, só que sejam educados e civilizados, as pessoas têm direito a opinião e não tenho problemas com opiniões diferentes das minhas.

      Agora, quem não gosta do meu carácter o melhor quem tem a fazer é não falar comigo. Ele já é sobejamente conhecido!

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