10 Anos de uma Festa Alentejana que é Nacional e Internacional!

10 anos é um número redondo. Contudo, o facto de o Festival Internacional de BD de Beja (FIBDB) ter celebrado uma década de existência pareceu ser algo pouco abordado

[dropcap]10[/dropcap] anos é um número redondo. Contudo, o facto de o Festival Internacional de BD de Beja (FIBDB) ter celebrado uma década de existência pareceu ser algo pouco abordado, até agora, nas matérias escritas sobre o festival. Uma década de eventos exige uma reflexão daquilo que tem sido feito e do seu futuro.

Este ano o festival primou por uma programação muito variada e em grande quantidade – ao nível de exposições e autores presente  – a riqueza de presenças deste ano contrasta com a edição de 2012 e ainda com a de 2013.

[quote cite=”– João Manuel Rocha da Silva, Presidente da Câmara Municipal de Beja, in Splaft! – Cadernos da Bedeteca de Beja nº10, Maio 2014″]Do ponto de vista estratégico, o Festival de Banda Desenhada é um fator de diferenciação, com capacidade de atração de públicos e com um carácter inovador que liga a criação artística à identidade cultural da cidade e da região; porque o festival, tendo como núcleo principal a Casa da Cultura, onde também funciona a Bedeteca, estende-se por toda a cidade e pelo centro histórico, com exposições e iniciativa em espaços como o Castelo, o Conservatório Regional de Baixo Alentejo, o Museu Jorge Vieira – Casa das Artes, o Museu Regional de Beja e o Instituto Politécnico de Beja, num trajecto que permite ao visitante percorrer todos os espaços com facilidade e, em simultâneo, conhecer a cidade e alguns dos seus edifícios mais emblemáticos. [/quote]O reconhecimento, do próprio presidente da Câmara da importância do Festival enquanto elemento cultural e turístico de Beja que permite à cidade ter um visibilidade nacional e internacional, confirmam que o evento se tornou um elemento importante na programação da cidade e que não se dispensará do mesmo. O festival já se tornou num dos grandes eventos da cidade esgotando a oferta hoteleira da cidade, ocupando restaurantes e diversos espaços da cidade. Tornou-se um dos dois eventos mais importantes da nona arte a nível nacional, com uma identidade muito própria já estabelecida.

[dropcap]O[/dropcap]s receios que o festival poderia estar ameaçado devido à sua quase não realização em 2012 – 150€ para realizar um evento é lamentável – têm sido dissipados com o constante investimento na quantidade, qualidade e variedade das exposições e autores presentes que têm pontuado as últimas edições. A recuperação no número de visitantes após a quebra de 2012 (também) revelaram que um cartaz rico e diversificado é a principal atracção do evento, uma interrupção na sua realização seria lamentável.

[pullquote align=”right”]150€ para realizar um evento é lamentável[/pullquote]A não realização do evento iria abrir um precedente grave uma ausência – mesmo que temporária – iria prejudicar a construção da “marca” Festival Internacional de BD de Beja, um trabalho desenvolvido ao longo de uma década. A opção da não-realização do festival nunca foi contemplada pela Bedeteca, apesar do magríssimo orçamento dispensado pelo edil.

A rápida recuperação em 2013 e este ano coincide com uma mudança do executivo camarário, assim como das prioridades no que concerne à programação cultural, tendo a autarquia procedido a uma maior dotação de meios à Bedeteca que vieram cimentar, ainda mais, o festival como um evento obrigatório da cidade e do país.

[pullquote align=”right”]Até que ponto pode um evento desta natureza depender de uma única pessoa?[/pullquote][dropcap]A[/dropcap]pesar da solidez do projecto da Bedeteca de Beja, do permanente trabalho da sua equipa: Susa Monteiro, Paulo Monteiro e Nuno Santos, dos funcionários da autarquia e dos voluntários, a verdade é que nos questionamos até que ponto o projecto pode ser independente do Paulo Monteiro. Por altura do festival o Paulo parece sempre ter envelhecido alguns anos, para além da responsabilidade de director vêmo-lo a dividir-se em diversas tarefas: montar exposições, assegurar a programação, gerir viagens e estadias dos convidados, angariar apoios e patrocínios e divulgar o evento, entre outras funções. Até que ponto pode um evento desta natureza depender de uma única pessoa? E caso esta se ausente, o que sucede?

Inquirido sobre este assunto, o director revelou-nos que se estão a preparar algumas mudanças na forma como o evento é organizado.

A autarquia demonstra vontade em manter uma programação ligada à BD e ilustração muito activa. A Bedeteca de Beja que tem dado provas do seu dinamismo graças a inúmeras actividades – onde o FIBDB é a mais visível – teve recentemente garantias de que o evento está para durar, por ser uma das mais-valias culturais da cidade.

Haverá uma remodelação e maior delegação de responsabilidades, dotando a equipa com mais autonomia para (no limite) o festival ser realizado sem ser necessário uma total dependência do Paulo. A preparação das próximas edições será trabalhada com uma maior antecedência de modo a confirmar as datas do evento e actualizar o site oficial mais frequentemente.

Por agora, já se anda a preparar contactos para a edição de 2015 do festival.

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