BD e Urbanismo

Aviso à navegação: a crónica de hoje não é muito apelativa para a “tribo da BD”, e até é mais dirigida a quem está fora dela.

A Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis é uma associação de municípios que tem como missão apoiar a divulgação, implementação e desenvolvimento do projeto Cidades Saudáveis nos municípios que pretendam assumir a promoção da saúde como uma prioridade da agenda dos decisores políticos. Foi formalmente constituída em Outubro de 1997, integrando a Amadora desde a primeira hora.

A ligação entre as soluções urbanísticas e a saúde tem sido o objecto de diversos estudos e projectos, no sentido de prevenir e combater problemas como o stress e a depressão, e de fomentar o bem-estar (pessoal e mental) na promoção do acesso a espaços verdes e do conhecimento e interacção entre as pessoas, reforçando a identidade e o sentimento de pertença e integração dos habitantes.

Na Amadora, regista-se alguma preocupação na intervenção urbanística, desde que a Amadora integra a Rede de Cidades Saudáveis. Os espaços verdes foram repensados e multiplicaram-se, e as novas urbanizações têm procurado surgir numa perspectiva integrada, o que faz de algumas das mais recentes zonas da cidade um exemplo de qualidade de vida (que falta nas zonas mais antigas – e centrais – que cresceram num tempo em que a cidade não se preocupava com estas coisas).

Assim como não existe na Amadora um verdadeiro “Gabinete Amadora BD”, a Câmara Municipal da Amadora também não dispõe de um Gabinete Cidade Saudável, sendo a Divisão de Intervenção Social (sob o pelouro da vereadora Cristina Ferreira) a responsável pela dinamização do projeto da Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis, o que articula com diversos outros serviços da Câmara.

Sinal de identidade da cidade da Amadora, a banda desenhada levou muito tempo a integrar a intervenção urbanística. Pelo aElipse já passaram os principais exemplos desta integração, pelo que dispenso a repetição. Mas há naturalmente mais para fazer.

Um exemplo simples é o programa “Recriar a Vida”, integrado no âmbito da Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis, que se destina a residentes no município da Amadora com idade igual ou superior a 50 anos, promovido pela Câmara Municipal em parceria com instituições locais, com objectivos como fomentar o convívio como forma de combater o isolamento social, valorizar a autoestima dos participantes e promover a aprendizagem ao longo da vida. O programa inclui ateliês ocupacionais e cursos teóricos, e prevê actividades complementares, tais como visitas culturais, exposições e almoço convívio de encerramento de ano lectivo.

Questiono se neste âmbito houve ateliês, cursos ou exposições de banda desenhada, ou visitas ao AmadoraBD. Se não houve, devia haver. Se houve, ninguém ouviu falar disso.

E independentemente de ter havido ou não, porque não fazer um formato aproximado destinado a residentes mais jovens, por exemplo?

A banda desenhada é um veículo extraordinário para que a cidade da Amadora possa atingir o objectivos que se propôs ao integrar a Rede de Cidades Saudáveis, nomeadamente a promoção da coesão sociourbanística da cidade, o reforço da competitividade da cidade no contexto da região, e a modernização do quadro de gestão municipal, promovendo a qualidade dos serviços prestados e a aproximação da câmara aos cidadãos.

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1 Comments

  1. says: João

    A única coisa que eu quero que a câmara da AmadoraBD faça é sinalizar a cidade (especialmente para quem sai do metro em Afornelos ou em Amadora Este) com algo algo que guie onde fica o forum Luís de Camões EM CADA ANO NA DATA DO FESTIVAL. Não é preciso gabinete nem extra encargos. Não falo por mim, apenas falo por quem não sabe ir para lá sozinho.

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