A nova Imagem da G. Floy com Saga, Fatale e Tony Chu

Novembro marcou o regresso da G. Floy, editora dinamarquesa que opera em vários mercados europeus, ao contacto com o público português.

A editora já tinha apostado anteriormente no mercado nacional com a edição de algumas séries de BD norte-americana como Fell, Hellboy e o aclamado Orquídea Negra, de Neil Gaiman e Dave McKean, agora a G. Floy embarca naquilo que considera um “um ambicioso plano de edições, aproveitando sinergias com outros mercados em que opera.”

A aposta é em séries de BD independente norte-americanos, embora seja um tipo de “independentes” algo diferentes daquilo a que se considera de BD independente por estas bandas. São três séries de BD dentro dos géneros de ficção científica, policial, terror e humor, onde os géneros por vezes se cruzam.

As “primeiras” apostas são 3 séries de sucesso, quer em termos de público quer de crítica, editadas pela Image Comics: Saga (de Brian K. Vaughan e Fiona Staples), Fatale (de Ed Brubaker e Sean Phillips) e Tony Chu: Detective Canibal de John Layman e Rob Guillory.

O projeco surgiu de uma proposta de dois nomes conhecidos do leitores de comics portugueses: José Hartvig de Freitas e Rui Alves a Christine Meyer, fundadora e sócia gerente da empresa, para quem “dentro do meio da banda desenhada em Portugal, poucas pessoas conhecem melhor o mercado, e ambos estão em posição de tratar da produção sem problemas.”

José Hartivg de Freitas tem vindo a trabalhar em comics desde há 15 anos para cá, primeiro como editor e responsável pelas Edições Devir – onde foi responsável pela tentativa da editora de publicar Marvel, e outros títulos norte-americanos, em Portugal – mais tarde como “editor sem editora”, sendo coordenador das colecções que a Levoir e o jornal Público têm vindo a editar desde 2012, e como Editor Assistente da Panini Comics em Portugal, para as edições regulares de títulos da Marvel que, tudo aponta, serão canceladas a partir deste mês.

Rui Alves foi colaborador da Devir durante muitos anos, como responsável pela organização, grafismo e legendagem de comics, e tem vindo desde então a desenvolver trabalho para inúmeras editoras, portuguesas e estrangeiras, bem como para a Levoir/Público.

Após terem sido “lançados” durante o AmadoraBD 2014 os novos títulos deverão chegar às livrarias durante este mês, de Novembro. A editora dinamarqueza pretende ter um ritmo de lançamentos trimestral, “com livros de boa qualidade e preços acessíveis”, sendo este último o facto mais surpreendente dos novos lançamentos.

As novas edições da G. Floy são edições em capa dura, com mais de uma centena de páginas e comercializadas a 8,99 euros, um preço baixo que é inferior às edições em capa mole norte-americanas ou às edições especiais da Panini Espanha que eram comercializadas em Portugal, e que também tinham valores de produção inferiores às edições da G. Floy.

Sendo o preço baixo para um bom atractivo para os leitores, não deixa de levantar algumas questões, em particular se não for só um preço promocional dos primeiros números e for mesmo um preço regulara destas edições. Preços baixos costumam requerer vendas elevadas (algo que não é usual nas edições nacionais) e já existiram projectos – anteriormente – que apesar de terem vendas razoáveis para a realidade nacional (1.000/1.500 exemplares) acabaram por não terem sequência derivado às “elevadas” tiragens que tinham (3.000/5.000 exemplares) requerem vendas superiores à norma. No caso da G. Floy os custos e as tiragens podem não ser idênticos, caso sejam edições realizadas em regime de co-edição – como é usual na editora – o que torna os custos menores.

De fora dos projectos da editora, por agora, para estar a série Hellboy. A popular criação de Mike Mignola começou a ser editada em Portugal pela Devir (ainda no tempo de José Hartivg de Freitas e Rui Alves) tendo sido posteriormente publicada pela G. Floy, o último título da série, A Bruxa Troll e outros contos, foi editado em 2011 tendo ficado alguns volumes da série inéditos em Portugal. Um facto que foi justificado, por Hartivg de Freitas em 2013, por a G. Floy ser “um projecto internacional que edita livros em vários países, e que só lança livros quando consegue co-edições.”

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