Real Life, Violetta e as tiragens da Disney

Enquanto se instala o pânico e revolta pelo cancelamento mais que provável  das revistas portuguesas da Marvel, existe uma revista que foi efectivamente cancelada: a Real Life da Goody.

A revista direcionada a um público feminino adolescente ficou-se pelo 4º número, não tendo a adesão que a editora esperava. Este era um dos projectos direcionados a um público feminino que não resultou, já Minnie & Friends sobreviveu derivado a uma reformulação.

Após aguns meses em formato mensal, Minnie & Friends foi reformulada em Julho, após um mês de ausência, tendo retornado com um título alterado para Minnie & Amigos, com mais páginas, um preço superior e em regime bimestral.

A revista de BD da Violetta, baseada na popular série da Disney, só teve uma edição. Contudo, neste caso não foi uma questão de falta de adesão do público feminino. Esta era uma edição extra que não era suposto ter continuidade, e não existem para já novos conteúdos disponíveis para publicação em Portugal.

Enquanto as apostas no público feminino não têm tido o sucesso esperado, levantada a questão da BD ser para um público maioritariamente masculino ou não, a revista de BD dos Simpsons tem tido uma performance que satisfaz a editora.

Em Outubro, a revista semanal da Goody, Comix, chegou ao seu centésimo número numa edição sem nenhuns extras especiais, excepto uma “capa especial”. O número 100 da revista permitiu fazer uma comparação das tiragens de quase um ano usando como referência outra edição “histórica” da revista: O número 50. Entre o número 50 e o 100, a Comix teve uma redução na tiragem de 13 mil exemplares, tendo a centésima edição tido só uma tiragem de 27 mil exemplares. É uma redução de tiragem que se tem verificado em outras revistas, derivado a um reajustamento que estava previsto desde o início do projecto e que visa eliminar sobras.

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6 Comments

  1. says: Diogo Semedo

    E assim se vê o trabalho de uma editora séria e interessada em vender o seu produto.

    Metam os olhos nestes profissionais senhores editores assistentes de multinacionais. Assim se faz prosperar o mercado da BD em Portugal, com investimento na divulgação e com transparência.

    Quem nos derá que a Goody detivesse mais direitos para além dos da Disney e da Bongo Comics.

    P.s.: Será que o fim da Marvel em Portugal não será uma passagem de testemunho da Panini para a Goody visto que a Marvel agora é Disney?

    1. says: Bruno Campos

      O facto de a Marvel agora pertencer à Disney é irrelevante, quem detém os direitos de publicação do material da Marvel em Portugal é a Panini. Qualquer editora que pretenda publicar Marvel em Portugal tem é de falar com a Panini. As edições da Levoir surgem através de “acordo” (ou algo parecido) com a Panini, à semelhança do que aconteceu anteriormente com a VitaminaBD quando editou alguns títulos da Marvel com Astonishing X-Men.

      A existir um “nova” editora de Marvel em Portugal, eu apostava era na G. Floy, mas não seria com revistas mensais isso aí (confirmando-se o cancelamento súbito de Marvel) é algo que tão cedo não deve voltar a acontecer, não só os leitores estão queimados como as vendas devem ter sido muito más para cancelar a linha inteira com histórias a meio.

      As tiragens mais baixas são de 10/12 mil exemplares, não me parece que as tiragens das revistas da Marvel fossem mais do que metade disso.

      1. says: Reignfire

        Eu espero que seja verdade o que a editora diz e que a revista perdure, até porque eu também costumo comprar. Porém não acredito que se as vendas estiverem mal, que eles o admitam, pois isso dá má publicidade. A tiragem é uma coisa absurda, e eu e outros, o que vemos em vários locais, é bancas com muitos exemplares que não são vendidos, isto mesmo à 3ª ou 4ª semana de exposição. E o facto de praticamente logo que saiu o #4, foi redistribuído o #1 e pouco depois, o #2, por norma, não é um bom indicador. E mesmo que as coisas não estejam muito bem, é provável que a editora tente esticar a corda um bocadinho mais, até porque adquirir os direitos desta série não deve ter sido uma bagatela.

        1. says: Bruno Campos

          A redistribuição de sobras é sinal de inteligência, em particular nas bancas onde à partida os editores já contam em não vender uma grande parte da tiragem. Existem outras revistas mensais que também chegam à 4ª semana com sobras.

          A tiragem do número um de Simpsons foi de 20 mil exemplares, o número dois de 16 mil a partir do três (salvo erro) a revista passou a ter uma tiragem de 15 mil exemplares. Todas as edições da Goody têem sobras, tem tiragens superiores às vendas e por isso é que são fáceis de encontrar em qualquer sítio.

          Os direitos de Simpsons não são mais caros de que de outra publicação com a mesma tiragem e preço de venda.

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