Solomon é um mini-álbum auto-editado por Carlos Pedro – utilizando o serviço de print-on-demand Lulu – com o objectivo de o autor ter uma edição-portefólio para levar para o Though Bubble em Leeds, Inglaterra. O que não impediu que existissem exemplares à venda no AmadoraBD 2014, onde o autor esteve presente oficiosamente.
O resultado da viagem de Carlos Pedro a Inglaterra já é conhecido, embora sem muitos detalhes. O autor é um dos desenhistas de Elephantmen nº 64, uma edição que também conta com a colaboração de Pia Guerra (Y – The Last Man).
À cerca de 200 anos no passado, a MAPPO Corporation, liderada pelo misantropo e megalomaníaco cientista japonês, Dr Kazushi Nikken, gerou híbridos de humanos e animais num laboratório de topo localizado num local secreto e seguro em África. Os híbridos são compostos de numerosas espécies de animais africanos, incluindo javalis, elefantes, camelos, zebras, rinocerontes, hipopótamos, girafas, hienas, gorilas, leões e crocodilos. O processo envolveu a implantação de embriões para o útero de mulheres locais sequestrados que foram eliminados após o parto. Cada criança foi marcada ao nacismento, para as identificar como sendo propriedade da Mappo.
Estes Elephantmen (homens-elefante, termo como são apelidados os híbridos, independentemente da espécie animal a que pertencem) são treinados desde o nascimento para serem soldados e assassinos, endoutrinados com uma mentalidade orwelliana de pensar em si mesmos como propriedade da Mappo Corporation, sem terem qualquer conceito de livre pensamento.
Ao descobrir estas experiências, as Nações Unidas enviou um exército para invadir a base secreta da Mappo. Apesar de não pública qual era exactamente o objectivo da invasão, parece que o objectivo era uma composta por objectivos, aparentemente,díspares: libertar os Elephantmen, investigar os ataques contra a população local e terminar com o desenvolvimento do exército ilegal da Mappo.
Após um confronto entre os Elephantmen, sob ordens da Mappo, e as o exército da ONU as criaturas foram subjugadas, e os funcionários da MAPPO encarcerados.
Os Elephantmen foram reabilitados e libertados para estabelecerem suas próprias vidas no mundo exterior, onde são (geralmente) tratados com desconfiança e horror pelos humanos.
A série Elephantmen narra a vida dos híbridos na sociedade humana e os conflitos que existem, sendo protagonizada por Hip Flask, o primeiro Elephantmen criado por Richard Starkings.
O termo inglês letterer, pode ser traduzido por legendador ou balonador, algo que pode parecer estranho e não reflecte bem o trabalho que Richard Starkings realiza nessa área. Starkings é uma das pessoas merece a designação de caligrafo, já que é responsável pela criação de várias fontes concebidas especificamente para ser utilizadas em BD que comercializa através da Comicraft, empresa que criou e é responsável pela balonagem de vários títulos de diversas editoras norte-americanas.
Foi nos anúncios da Comicraft que Hipflask surgiu, Starkings pretendia utilizar personagens da Marvel e DC, mas como a editoras recusaram o pedido… o autor inglês criou o hipopótamo antropomórfico que surgiu em vários anúncios onde, consoante o tipo de anúncio, era protagonista de “aventuras” em vários géneros.
Mais tarde o personagem surgiu em algumas edições únicas escritas por Richard Starkings e Joe Casey ilustradas por Joe Ladrönn.
Em 2006, Starkings lançou a revista mensal Elephantmen com arte por Moriat, e que foi contando com colaborações de vários autores conceituados em histórias curtas, como complemento da história principal.
Com a publicação de Elephantmen nº 64, Carlos Pedro vai-se estrear nos Estados Unidos com uma série com personagens antropomórficos. Curiosamente a sua estreia em Portugal também foi com um personagem antropomórfico: SuperPig, criado por Mário Freitas, personagem da qual Carlos Pedro ilustrou algumas das história que estão compiladas no álbum SuperPig: Live Hate.
Apesar de ainda não ter sido publicado o primeiro número de Elephantmen ilustrado pelo autor português, é provável que já se possa afirmar que o investimento realizado por Carlos Pedro na ediçãom Solomon e na viagem a Inglaterra compensou!