Nova York, fim dos anos 1930. Wesley Dodds, o mascarado conhecido como Sandman, anda pelo decadente mundo pós-Grande Depressão no qual gângsteres dançam com debutantes em bailes da alta sociedade enquanto nuvens negras pairam sobre a Europa e arrepiantes figuras perambulam pela noite. O palco está preparado. Ergue-se a cortina do Sandman: Teatro Do Mistério.
Como os clássicos detetives do cinema noir Sam Spade e Philip Marlowe, Wesley Dodds é um homem do mistério. Com seus tradicionais capote e máscara de gás ele transmite um convincente ar ameaçador, mas é apenas um obsessivo homem assombrado impelido por sonhos perturbadores e imbuído de um incansável senso de justiça para percorrer a sombria trilha dos criminosos do submundo.
Wesley Dodds é o Sandman original, o primeiro personagem da DC Comics a ter esse nome e sem nenhuma relação com o popular personagem criado por Neil Gaiman, década de 90 do século XX. Contudo é o sucesso de público e crítica do senhor dos sonhos de Gaiman que motiva a Vertigo lançou uma nova revista, Sandman Mystery Theatre, apresentando as aventuras do Sandman original, mas reintrepertado e, até certo ponto, reinventado por Matt Wagner – inicialmente a solo, e posteriormente com a colaboração de Steven T. Seagle – e Guy Davis, o artista regular da série que também foi ilustrada por Vince Locke e Warren Pleece.
Eventualmente as duas encarnações de Sandam iriam cruzar-se em Sandman: Midnight Theatre (Sandman: Teatro da Meia-noite, na edição brasileira da Metal Pesado), uma história escrita por Neil Gaiman e Matt Wagner e com arte de Teddy Kistiansen.
O Tarântula, republica os primeiro quatro fascículos da revista mensal da Vertigo, em uma edição da Panini Books, disponível nas livrarias nacionais, e que coloca o Sandman no trilho do abuso e traição, numa trama engendrada pelo vilão que dá o título ao álbum.