A semana passada não correu nada bem, do ponto de vista mediático, para a DC Comics. Começou com o anúncio de (mais) uma equipa criativa a abandonar um título devido a interferências editoriais e terminou com um infeliz concurso.
A dupla criativa que abandonou um título foi J.H. Williams III e W. Wade Blackman que abandonaram a Batwoman após o casamento da personagem homónima ter sido proibido, após a história já ter sido aprovada e estar a ser desenvolvida pelos autores à alguns números. O facto de Kate Kane (Batwoman) ser uma personagem lésbica acabou por despoletar inúmeras acusações de homofobia por parte da DC Comics. O facto de a editora ter clarificado que era contra o casamento, independentemente de ser heterossexual ou homossexual, não apaguizou as hostes.
O episódio mais infeliz da polémica foram as ameaças de morte a funcionários da DC Comics, por parte de anónimos.
O concurso infeliz, é um desafio que a DC Comics lançou aos desenhistas que queiram ser editados por esta editora. Basta desenharem uma prancha da Harley Quinn e podem vir a ser publicados no primeiro número da revista desta personagem, escrita por Jimmy Palmiotti e Amanda Connor, que será editada em Novembro.
O motivo da celeuma é o facto da quarta vinheta que os desenhistas têm de desenhar, retratar o suicídio de Harley Quinn, nua.
A descrição da vinheta é a seguinte:
Harley sentada, nua, numa banheira. Por cima da banheira encontram-se suspensos diversos electrodomésticos: secadores de cabelo, torradeiras, misturadoras. Ela segura no cabo que vai soltar os electrodoméstico. Estamos observando o momento antes da morte inevitável. A sua expressão é de um: “oh bem, acho que é o meu fim”. Ela está conformada com o fim que se aproxima.
Harley Quinn foi uma personagem criada por Paul Dini e Bruce Timm para a série de animação Batman Adventures. A quando do lançamento dos Novos 52 a DC substituiu o ar mais inocente, com que a personagem tinha sido criada, por um visual mais provocador, esse facto adicionado ao recente concurso, e as decisões editoriais relativas à Batwoman, volta a colocar em questão a representação das mulheres pela DC Comics.
(O anúncio ter sido feito dias antes da Semana Nacional de Prevenção do Suicídio [nos EUA] também não foi lá muito feliz.)
No caso da Batwoman, a DC foi lesta a anunciar Mark Andreyko como o novo argumentista, algo que ajudou a minorar os danos. Co-argumentista de Torso com Brian Michael Bendis, vencedor de prémios Eisner e Harvey, nomeado para o prémios de Angouléme e argumentista de Manhunter para a DC Comics, Andreyko granjeou fama de escrever personagens femininas fortes.
A série Manhunter tinha com personagem principal Kate Spencer, uma criação de Mark Andreyko, que foi durante muito tempo a única personagem feminina com um título a solo da DC Comics. A série Manhunter durou 39 números tendo depois aparecido em histórias curtas como suplemento de Batman: Streets of Gotham.
O facto de Marc Andreyko começar a escrever a Batwoman no número 25 é que levanta algumas dúvidas, é que esse número já se encontrava escrito por Willams III e Blackman tendo inclusive sido solicitado. O número que será editado deverá ser um pouco diferente daquele que os lojistas e leitores estavam à espera.
As histórias da Batwoman são publicadas no Brasil na revista A Sombra de Batman, da Painini. Que é distribuída em portugal.
No volume da colecção Super-Heróis DC editada pela Levoir com o Jornal Público será editada a história Elegia, que marcou o estreia de Kate a solo nas páginas de Detective Comics com argumento de Greg Rucka e arte de J.H. Williams III.
Pub: Se alguem quiser comprar os 16 números de Detective Comics onde foram publicadas as histórias de Batwman antes da sua estreio no título homónimo eu tenho-os para venda! /fim de pub!
Os guião completo, e regras, para quem desejar concorrer ao concurso da DC para publicar na Harley Quinn está disponível aqui!.