Beja: Cidade Suspensa a dobrar!

Em Beja, a Polvo até dobra na língua com a edição em português e inglês do álbum de Penim Loureiro.

[dropcap]A[/dropcap]pesar de ter sido apresentado com o título “A Cidade Suspensa”, o novo álbum de Penim Loureiro será editado só com o título “Cidade Suspensa”, sem “A”, devido a uma das “questões de edição e impressão” do álbum em duas línguas. um facto que atrasou um pouco a edição da obra.

Por uma questão de internacionalização do trabalho a Polvo vai editar o álbum, em inglês, com o título “Suspended City” para além da versão portuguesa, sendo a capa idêntica só mudando o título.

 Esta não é primeira vez que a editora edita versões dos seus álbuns numa língua estrangeira, tendo editado outras obras em francês, português e alemão. A existência de outras edições da Polvo em inglês é uma possibilidade que a editora esta a analisar. A existência de uma versão em inglês também abre as portas a um mercado exterior no caso da existência de publicação online.

Para Penim Loureiro, a edição simultânea em duas línguas representa “uma mudança do paradigma no mercado português, onde vender dentro do país não representa vender apenas para os portugueses. Começam a existir leitores interessados mas que não dominam o idioma português.”  Para quem pensar que Penim Loureiro está a referir-se aos turistas, o autor clarifica que “não é essa a ideia mas, sobretudo, apresentar as potencialidades da BD portuguesa aos editores e autores estrangeiros.”

De Salientar, contudo,  que apesar de não editar obras – de autores portugueses –  em língua inglesa ou em edições bilingues – para serem consumidas por um público maioritariamente português,  a Polvo tem conseguido internacionalizar alguns dos seus autores,  vendendo os direitos de publicação a editoras estrangeira. O caso mais conhecido será talvez “O Amor Infinito que te tenho”, de Paulo Monteiro, que está editado (literalmente) em meia dúzia de países.

Num sítio arqueológico na Baixa de Lisboa foi desenterrada uma antiga sepultura árabe e a procura de respostas a esta misteriosa descoberta conduziu um grupo de amigos ao norte de África. Seria um pretexto de reencontro de amigos de infância, aparentemente inseparáveis, porém, esta expedição acabou por se revelar desastrosa.

Perdidos no deserto do Saara encontraram uma sepultura semelhante à de Lisboa, que aguardava o destino de os sepultar nela. Antigos ressentimentos, segredos mal contidos e remorsos de culpa precipitaram acontecimentos sangrentos, concluindo que a amizade tem duas caras; uma leal e outra enganadora.

[dropcap]A[/dropcap] apresentação de “Cidade Suspensa” será no dia 1 de Junho, às 17 horas na Bedeteca de Beja – 1º andar da Casa da Cultura -contando com a presença do autor e do editor.

Durante o X Festival Internacional de Banda desenhada de Beja vai estar patente uma exposição dedicada a Penim Loureiro no Conservatório Regional do Baixo Alentejo. Na exposição para além de originais do seu último álbum encontram-se alguns trabalhos realizados 1ª metade da década de 80 do século passado, permitindo aos visitantes redescobrir este autor que, segundo Rui Brito, “ganha agora nova vida, em 2014, enquanto autor de BD.”

[box title=”Ficha técnica” style=”noise” box_color=”#f2ecdd” title_color=”#353535″]Cidade Suspensa

Autor: Penim Loureiro
Editora: Polvo
PVP: 11,90 euros
Formato 24cmx17cm
Páginas: 64, cor[/box]

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2 Comments

  1. says: Mário Freitas

    Excelente ideia, a da dupla edição. Durante o debate que se realizou no sábado na Barata, eu próprio referi essa possibilidade em relação às edição da Kingpin Books. Fico contente em saber que a Polvo se antecipou (e bem) quanto a isto.

    1. says: Bruno Campos

      Para mim faz muito mais sentido fazer uma pequena tiragem de 50/100 exemplares em inglês, do que fazer tiragens de 500 exemplares em inglês ou bilíngues para serem comercializadas em Portugal.

      Abro um excepção a projectos pessoais como a Ave Rara, que aí já estamos a falar de algo diferente de uma “editora”.

      Ter uma versão do material em inglês devia ser prática corrente das editoras, em particular para em ocasiões como Beja, AmadoraBD ou mesmo no Anicomics – quando tem convidados estrangeiros – existir cópias do material num língua que os autores (e editores) estrangeiros (à partida) dominam melhor que o português.

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