mo·men·to substantivo masculino 1. espaço pequeníssimo (mas indeterminado) de tempo. 2. curta duração. 3. lance, ocasião. 4. ocasião oportuna.Momento, o instante em que o obturador abre e fecha e que gera no sensor uma fotografia. momento, o instante em o dedo prime o botão do obturador.
Cinco anos de momentos condensados em vinte fotografias que retratam outros tantos instantes… nunca fui um fotógrafo de eventos até ao dia em que disparei o obturador pela primeira vez nas inaugurações da Mundo Fantasma. Não sou ainda um fotógrafo de eventos. Cada momento aqui retratado é único, irrepetível, singular e carregado de memórias; cada um deles é um momento congelado no tempo e no lugar, uma síntese perfeita de um acontecimento, de um evento, de um sentimento fugaz e captado pelo obturador da câmara.
Resumir cinco anos a vinte momentos é sempre redutor mas seleccionar vinte entre milhares de fotos significa optar e isso é sinónimo de escolhas, estas são as minhas. poderão não ser consensuais mas estão feitas e representam cinco anos da galeria Mundo Fantasma, representam cinco anos da minha vida, em resumo representam cinco anos da nossa viagem conjunta pelas memórias que perduram nestas paredes. é um circulo (quase) perfeito: obras e espectadores regressam, passado algum tempo, ao lugar de onde vieram, onde estiveram por via das fotografias que os representam e que estão aqui expostas. é a hora também para eu trocar de lugar, de observador e “jornalista” passo a observado, aberto à critica e à observação…
Introdução de Mário Venda Nova para a exposição, de fotografia, “5” que celebra cinco anos de exposições na galeria da livraria Mundo Fantasma no Porto.
Sobre o fotógrafo
Mário Venda Nova nasceu em 1968, no Porto, onde reside e trabalha. é fotógrafo desde 1991, com algumas interrupções entre 2000 e 2006 quando tirou um curso de artes plásticas.
Tem estado sempre ligado à fotografia, do lado da produção ou do lado da curadoria, de forma consistente desde 2000. Em 2009 desenvolveu um trabalho de comissariado/curadoria numa galeria no porto onde foi responsável pela programação desde set./2009 até jun./2012.
Escreveu na revista portuguesa ”Fotodigital” uma série de artigos de opinião sobre a fotografia, durante o período de Fevereiro a Dezembro de 2008. Em 2009 escreveu o texto introdutório para o livro ”Entre Reportagens” do fotógrafo Fernando Guerra.
É um lobo solitário – sempre na procura do compromisso entre a mais pura solidão e o acto de comunicar com os outros – mais à vontade entre a solidão das ruas desertas de uma cidade ou nas mais cerradas florestas, Mário Venda Nova é um fotógrafo da angústia dos nossos dias, da tristeza e da solidão dos grandes espaços. É mais fácil encontrá-lo numa serra ou numa cidade deserta do que num evento social, onde está pouco à vontade. Fã do silêncio e da solidão.
Sente-se confortável em qualquer suporte e é um mestre da impressão digital, utiliza máquinas low-fi – lomo holga, compactas dos anos ’80, polaroid e pinhole, e a mais recente tecnologia digital. fotografa em toda a luz em todo o lugar a toda a hora.
Em 2011 fundou o colectivo Phos.
A exposição 5 inaugurou no passado dia 18 de Janeiro e vai estar patente até 22 de Fevereiro na Galeria da Mundo Fantasma, no Shopping Center Brasília Avenida da Boavista, 267 1º. Andar, Loja 509/510 no Porto