Razões para ir ao FIBD Beja: Eu, Pedro Mota!

Mal ficaria se não aproveitasse este espaço para fazer uma desavergonhada publicidade à minha agenda para o Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja.

No dia 30 de maio, ainda de manhã, vou ter uma conversa com o romeno Dodo Nita sobre Tintin e Hergé. Nita é um especialista, e será certamente uma oportunidade para aprender mais alguma coisa.

Pelas 15,30 horas, estarei no lançamento do segundo volume de “Balcão Trauma” (edição Insónia), de Álvaro Santos, com o autor. Meia hora mais tarde (após o lançamento do número 4 de Living Will), o Álvaro passa à condição de editor, e eu passo à condição de autor, para o lançamento do livro “Ave Rara” (também editado pela Insónia e com o título da editora do Living Will – o panorama da BD portuguesa é mesmo uma aldeia, não é?).

E meia hora mais tarde, a vida de Hergé volta a ser assunto de conversa, agora numa entrevista com o autor Stanislas, que colaborou (desenhando) a biografia de Hergé em banda desenhada.

Pelas 18 horas, volto à condição de autor, marcando presença na sessão de autógrafos.

No domingo, dia 31, volto à conversa com Dodo Nita, agora sobre a BD na Roménia, um assunto que tem interesse também para saber como é que os autores romenos fazem para ultrapassar a barreira da língua e chegar aos mercados internacionais.

Falando em barreira da língua, adianto já que não sou um tradutor profissional, pelo que as traduções feitas nestas conversas (quando o público não prescinde delas) são sempre um bocadinho livres, procurando mais preservar o sentido do que a exatidão das palavras. É uma opção legítima de quem me convida para este género de coisas, que prefere um entrevistador que saiba de BD e faz umas traduções manhosas, a ter um entrevistador que traduz fielmente o que é dito, mas não consegue fazer evoluir a entrevista por não conhecer a obra do autor ou a linguagem e o universo da BD.

Sobre o meu livro de BD, posso ainda dizer que a Ave Rara surgiu pela primeira vez em 2 de Fevereiro de 1995 no jornal regional “Notícias da Amadora” (o mesmo onde nasceu o Guarda Ricardo, de Sam). Aí assinei o texto e os desenhos dessa série durante cerca de cinco anos. Os originais desse período foram doados ao Município da Amadora.

Do jornal, a personagem passou para os fanzines. Primeiro para um fanzine de que eu fui o editor (editautor, para utilizar a expressão de Geraldes Lino), depois para o número zero da Boazona, e finalmente, em fevereiro de 2005 (comemorando dez anos de publicação), para o Tertúlia BDZine.

Dos fanzines, a personagem passou para as exposições, sendo que, em 2007, uma prancha inédita de Ave Rara integrou a exposição “007 – Ordem para Humorar”, em 2009, a Ave Rara integrou o núcleo de património da exposição central do 20.º AmadoraBD, e, em 2010, a Ave Rara fez de anfitrião do Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem (CNBDI) da Amadora, por ocasião da exposição comemorativa dos dez anos do CNBDI.

Agora, em 2015, a personagem passa para o formato livro, celebrando vinte anos sobre a sua publicação original.

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