Em Portugal, a banda desenhada brasileira – ou HQ, histórias em quadrinhos, como ela é chamada no Brasil – não é muito conhecida, talvez com excepção de Mauricio de Sousa e da sua Turma da Mónica.
E por isso, vamos começar por aí: quando há uns anos atrás a Mauricio de Sousa Produções anunciou a sua intenção de lançar uma linha de novelas gráficas com as suas personagens, ninguém estava à espera da qualidade do material que foi editado, e ninguém estava à espera que o primeiro volume desta colecção ganhasse um dos mais prestigiados prémios da BD no Brasil, o Troféu HQ Mix. Ninguém em Portugal, isto é, já que o autor desse volume, Danilo Beyruth, ainda é desconhecido no nosso país.
Astronauta: Magnetar, esse livro da colecção Graphic MSP, valeu-lhe em 2013 o seu segundo troféu como Melhor Desenhador, mas Bando de Dois, o livro que a Levoir editou recentemente, tinha já anteriormente ganho os Prémios de Melhor Desenhador, Melhor Roteirista e Melhor Edição Especial em 2010.
Nascido em 1973, Danilo Beyruth é uma das revelações da banda desenhada brasileira recente, e vem de uma formação em desenho industrial e de uma carreira na publicidade. Mas a sua paixão pela BD levou a que cada vez mais se interessasse pelo meio, e a cursar várias formações: uma ministrada por Octávio Cariello (um desenhador brasileiro com muito trabalho feito também nos EUA, para a DC e Marvel, entre outros), na escola de artes Quanta Academia; e outra na escola Joe Kubert.
Em 2007 lança a sua personagem O Necronauta, inicialmente auto-editado em pequenos fanzines, mas que cedo começou a granjear popularidade entre os leitores e passou a ser editado em revistas e na net.
Danilo vai tornar-se rapidamente num dos grandes nomes dos “quadrinhos”. Depois de obter um apoio da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo (o programa ProAC), produziu o seu primeiro romance gráfico, Bando de Dois, lançado em 2010, e que viria a ganhar os Troféus HQ Mix desse ano e a firmar o seu nome como um dos mais importantes autores de BD brasileiros da actualidade.